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Jardim Japonês

 

                  

Se algum dia tiverem a oportunidade de observar um daqueles jardins japoneses, poderão perceber que nestes, artefato humano e natureza se conjugam, se harmonizam. A técnica - fazer próprio do homem - vai ao encontro da natureza, de modo a lhe favorecer em seus ciclos de surgimento, permanência e morte (novo surgimento, permanência e morte...).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A história ocidental, por outro lado, teve a técnica como principal instrumento de litígio contra a natureza.

Os ciclos naturais de surgimento, permanência e morte, tomados como adversidades de um destino humano cruel e terrível, fizeram da história ocidental uma verdadeira epopéia do homem contra a natureza na expectativa de superá-la.

Se natureza é compreendida como inimiga a ser domada e superada, o próprio homem esforça-se por dela se destacar e se antagoniza de tudo aquilo que nele mesmo é expressão não controlável. Assim preconiza, este homem, suas ações intencionais calculáveis, procurando promover a cultura do controle.

 

Então, este mesmo homem deixa de ter na escuta de si mesmo e na expressão de sua espontaneidade uma referência confiável capaz de situá-lo em sua vida, em seu mundo.

Deste litígio do homem contra a natureza, sobretudo sua própria natureza, surge, então, a chamada "doença psíquica". Ela é expressão, no âmbito pessoal, de um modo de relação desarmonioso de cada pessoa com sua própria natureza, onde esta última encontra-se interditada.

 

O Jardim Japonês é símbolo de cura para o homem. É a imagem daquele que se reconcilia com sua própria natureza, permitindo-se lugar para ser em constante transformação.

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