Se não conhecessem o fenômeno da vida com seus próprios olhos, os céticos certamente não acreditariam em sua existência. Se alguém lhes falasse, se lhes dissesse sobre esse estar aqui de formas, cores, sons, cheiros, sem que o tivessem visto, jamais poderiam admitir ser verdade um fenômeno como esse.
Se a estranheza nos é devolvida, podemos nos encontrar em um ponto de vista radicalmente experimental em relação ao que quer que seja.
Então, antes da tendência condicionada em precipitar-se imediatamente diante do que acontece, a possibilidade de deter-se, permanecer em sua surpresa.
Tudo isso que está ou sempre esteve acontecendo: sons, cores, palavras, movimentos, gestos, é a coisa menos óbvia do mundo!
Assim como a areia comunica à mão que pode escorrer por entre os dedos, quanto mais livre de estruturas conceituais dogmáticas, mais a sensibilidade no encontro com os contornos do mundo encontra sua criatividade, mobilidade, ludicidade.
Texto e imagem: Eduardo Beznos
Comentarios